O forte interesse holandês no Brasil foi registrado em diversos mapas. Isso corresponderia a uma necessidade que os holandeses tinham de obter o máximo de informações possíveis para compor suas pinturas e seus desenhos.
Assim, colocaram nas mãos do naturalista George Marcgraf e, posteriormente, de Cornélio Golijath, a responsabilidade de fazer o levantamento das informações sobre o Brasil, produzindo material cartográfico para a Companhia das Índias Ocidentais e também para o governador Maurício de Nassau.
No caso da Capitania do Espírito Santo, um dos mapas que foi resultado desse trabalho de pesquisa está presente no Atlas Vingboons, produzido pelo artista e cartógrafo holandês Johannes Vingboons. Este, apesar de não ter a patente do cargo, se tornou um dos cartógrafos holandeses mais relevantes do século 17, tendo feito cerca de duzentos mapas, cartas, perspectivas e planos manuscritos.
A cópia que vemos aqui pertence na cópia do Atlas Vingboons do Arquivo Nacional da Holanda. Há ainda uma cópia deste atlas no Brasil e mais outras três, que contém pequenas diferenças.
No mapa, vemos que a Vila de Vitória foi desenhada com um estilo diferente dos portugueses, com um formato circular, em uma região completamente plana e cercada de vegetação. Os navios, portando bandeiras espanholas, parecem nos lembrar dos conflitos entre a República Holandesa e o Império Espanhol, cujos reis foram também reis de Portugal entre 1580 e 1640, período conhecido como União Ibérica.