Quando o cartógrafo holandês Joannes Van Keulen obteve a patente do governo para publicar mapas, ele comprou diversas placas de outros cartógrafos, vindo inclusive a adquirir o ateliê de Joan Blaeu, onde Johannes Vingboons trabalhou, e certamente utilizou os desenhos de Vingboons para compor suas obras.
Este mapa do Espírito Santo e arredores se encontra em De Groote Nieuwe Vermeerderde Zee-Atlas ofte Water-Werelt, de cerca de 1680. Apesar de apresentar diversos erros de conteúdo, o Zee-Atlas se destacou pela grande quantidade de mapas e de detalhes, que não se via em obras holandesas do período.
Ele mostra o litoral desde o Cabo de São Tomé, no Rio de Janeiro, até Rio de Contas, próximo a Salvador, na Bahia – região exatamente ao sul da área ocupada pelos holandeses no Nordeste brasileiro entre 1630 e 1654.
Esse é um mapa importante para o estudo da Capitania do Espírito Santo. Seus diversos topônimos mostram como o reconhecimento do litoral dessa região já estava bastante avançado em finais do século 17. Ao mesmo tempo, ao notar os erros no mapa, vemos sinais de que a cartografia ainda estava caminhando em direção à precisão e rigor científico.
O Zee-Atlas é, ao mesmo tempo, uma declaração do conhecimento holandês e português do litoral do Espírito Santo, já que os topônimos parecem todos copiados da cartografia portuguesa.
