A cartografia holandesa do século 17 foi influenciada pelos mapas portugueses do mesmo período. Porém, enquanto em Portugal a produção ficava aos cuidados dos Armazéns da Guiné, do governo, nos Países Baixos esse trabalho ficou a cargo das Companhias das Índias Ocidentais e Orientais, particulares.
Os holandeses tiveram uma participação importante no processo de reconhecimento do sertão da América portuguesa. Sua cartografia foi um resultado desse reconhecimento, incentivado pelo governador Maurício de Nassau nos anos da ocupação holandesa no nordeste brasileiro. Graças a esse esforço, a República Holandesa produziu um conjunto pictórico único do Brasil.
Este mapa está no Reys-boeck van het rijcke Brasilien, ou Livro de viagem ao reino Brasileiro, que reúne relatos de viagens. Este livro foi impresso por Ian Canin a pedido do cartógrafo e gravador Nicolas van Geelkerchen, em 1624, para contar as conquistas holandesas na Bahia.
Esta perspectiva da Capitania do Espírito Santo é apenas um quadro dentro do mapa Brasilia e segue um padrão usado para outras perspectivas da mesma obra: desenho esquemático, com alguns alguns erros (como o Penedo do lado errado do canal), posições das vilas e dos fortes pouco claras e linhas de arquitetura gótica.
A imagem, por fim, segue as informações encontradas nos relatos holandeses do século 17 sobre a capitania. Isso nos permite afirmar que ela é como um resumo do que se sabia sobre o Espírito Santo fora de Portugal, mesmo com alguns equívocos.