Das obras sobre o Brasil de João Teixeira Albernaz, o Velho, esta é a última que se tem notícia. Ela está na Biblioteca da Ajuda, em Lisboa, e foi feita no ano de 1642. Com o título de Descrição de toda a costa da província de Santa Cruz…, ela segue à risca o padrão usado em 1640, mas utilizando cores mais esverdeadas para o terreno, morros com detalhes em dourado e com destaque para a vegetação pelo território.
Este conjunto de mapas é famoso pela crítica recebida do cartógrafo Manuel de Pimentel, em fins do século 17. Ele buscava desqualificar a obra, que foi usada pela Espanha para justificar a possa da região da Colônia do Sacramento, (hoje Uruguai), fundada em 1680.
Este é um dos poucos mapas a detalhar tão bem o interior da vila de Vitória, onde é possível ver várias igrejas. Da esquerda para a direita:
- “S. Tiago”, ou Colégio de Santiago, dos jesuítas;
- “Miziricordia”, ou Igreja da Misericórdia, onde acredita-se que tenha sido enterrado Vasco Fernandes Coutinho;
- “S. Francisco”, o convento dos franciscanos;
- “Matris” ou Igreja Matriz, dedicada a Nossa Senhora da Vitória;
- “S. bento”, igreja que marcou a presença dos beneditinos no Espírito Santo.
Há também uma “Vigia” nas proximidades das igrejas: relatos indicam que o maciço central da ilha foi usado no período colonial como vigia, pois dele é possível enxergar em todas as direções ao redor da ilha.
Estas cartas são conhecidas ainda pela quantidade de informações, de elementos marítimos, pelos engenhos e também pelas representações de fortalezas: um exemplo da importância da proteção da colônia em uma época de conflitos para Portugal.