Filho de Luís Teixeira, João Teixeira Albernaz continuou o trabalho de seu pai e produziu mapas de notável qualidade artística da América portuguesa, com destaque para os mapas regionais, e hoje conhecemos cerca de 340 mapas originais seus, e mais de 320 cópias. Quase metade das 315 cartas portuguesas do Brasil que foram preservadas são assinadas por ele.
Alguns de seus mais impressionantes conjuntos de mapas do Brasil podem ser encontrados nas três cópias existentes da Razão do Estado do Brasil, um livro feito pelo oficial Diogo de Campos Moreno a pedido do Governador Geral e que foi ilustrado pelos mapas do cartógrafo português.
Enquanto o livro original teria sido escrito em 1612, a cópia mais antiga que se conhece, de cerca de 1616, encontra-se em Portugal. No Brasil, há uma cópia de cerca de 1626 e na França há outra, de cerca de 1627.
Os três livros têm diferenças nos desenhos, nas cores e até na disposição das cartas, mas o conteúdo dos três mapas da capitania do espírito santo é essencialmente o mesmo. Os textos dos mapas falam do espaço despovoado entre o rio doce e o rio Caravelas, e deixam clara a tentativa de atrair colonos para aquela região, principalmente ao destacar a grande quantidade de pau-brasil que se encontrava ali. Albernaz aponta também para a fronteira entre o Espírito Santo e porto seguro que, segundo ele, ficava na altura do rio Doce, e mostra a presença dos jesuítas no litoral da capitania, na aldeia de Reis Magos.
Mas talvez o principal elemento desses mapas seja a serra das esmeraldas, que aparece em cima, à direita. Surgida a partir da circularidade de mitos entre colonos e nativos, a serra das esmeraldas conquistou o coração dos portugueses e foi tida como verdadeira até o século 18, pelo menos.
