O quadro do Porto do Spirito Santo está em uma das páginas das Taboas geraes de toda a navegação. Este atlas hidrográfico é um impressionante conjunto de cartas do cartógrafo português João Teixeira Albernaz, o Velho, feito em 1630 com a descrição de diversos portos do mundo.
Tanto o atlas hidrográfico quanto o Estado do Brasil, conjunto de mapas de Albernaz de 1631, foram encomendados por Dom Jerônimo de Ataíde, então donatário da Capitania de Ilhéus. Não é a toa que encontramos, no Estado do Brasil, um mapa muito semelhante a este.
O cartucho identifica o desenho como “Porto do Spírito Santo, no estado do Brasil em altura de 20 graus e ¼”. Devido ao seu tamanho reduzido, e à sua pequena escala, não há muitas informações, além de alguns topônimos considerados indispensáveis, como nomes das vilas, dos fortes e dos pontos de reconhecimento na entrada da baía, incluindo dados de profundidade do canal que leva às vilas.
Este é o primeiro mapa em que João Teixeira Albernaz representa algumas das fortificações dos arredores das vilas, com os fortins de São Marcos (posteriormente forte de São Francisco Xavier de Piratininga), no continente, e São Miguel (posteriormente forte de São João da Barra), na ilha.
Acredita-se que os nomes sejam uma homenagem aos irmãos Marcos e Miguel de Azeredo, que viveram na Capitania entre fins do século 16 e início do 17. Esses fortins foram essenciais na vitória dos colonos sobre o corsário inglês Thomas Cavendish, que tentou invadir Vitória em 1592.
