Mata Atlântica
Os portugueses, quando chegaram ao Brasil, depararam-se com uma exuberante floresta com diversidade nunca vista antes: a Mata Atlântica. Naquela época, ela estendia-se por quase todo o nosso litoral, do Rio Grande do Norte ao Rio Grande do Sul, fazendo-se presente em 17 dos 26 estados brasileiros e correspondendo a cerca de 15% do nosso território. Avançava também por outros países, como a Argentina e o Paraguai.
Espírito Santo Original
A Mata Atlântica cobria todo o estado do Espírito Santo, apresentando-se de diferentes formas. Na região litorânea, há as Restingas, com características e adaptações para o desenvolvimento em solo arenoso, sobrevivendo à escassez de água e à grande insolação; e há também o Manguezal, berçário natural para inúmeras espécies. Na região de Linhares, existe a imponente Floresta de Tabuleiro, com árvores que crescem até 35 m de altura. Nas montanhas, desenvolveram-se florestas mais densas e com rica biodiversidade, como ocorre na região das Montanhas Capixabas, onde foram catalogadas 476 espécies de plantas em apenas 1 hectare — são 10.000 m2, tamanho equivalente a I campo de futebol. Mais ao sul, estão a Floresta Estacional Semidecidual, presente no Parque Estadual Cachoeira da Fumaça, e os Campos de Altitude, no Parque Nacional do Caparaó.
Cobertura Atual
Habitada originalmente por populações indígenas que viviam de forma integrada com o ambiente, a degradação iniciou-se na Mata Atlântica somente após a chegada dos portugueses. O primeiro recurso natural explorado, de forma inconsequente, foi o pau-brasil (Caesalpinia echinata), utilizado para a construção de navios, casas e como corante vermelho para tecidos. Hoje, a espécie que deu o nome ao nosso país, encontra-se ameaçada de extinção.
Desde então, diversos ciclos de exploração da floresta e de desenvolvimento descontrolado ocorreram, restando, atualmente, apenas 12,4% da cobertura vegetal que havia na época do descobrimento. Os remanescentes mais relevantes encontram-se protegidos em unidades de conservação.
Lamentavelmente, enquanto você lê este texto, é provável que, durante este breve espaço de tempo, mais uma parcela da Mata Atlântica tenha sido destruída. As principais ameaças são:Desmatamento
Incêndio Florestal
Exploração da madeira
Ocupação desordenada
Caça
O Espírito Santo Atual
O que ocorreu no Espírito Santo assemelha-se muito à forma como se deu a exploração e a degradação da Mata Atlântica nas demais regiões do Brasil. Entretanto, foi no início do século passado que houve um aumento de áreas de plantações e de pastagens, assim como do estabelecimento de grandes indústrias em solo capixaba, destacando-se, então, as consequentes agressões à biodiversidade local. Atualmente, restam apenas 16,4% de matas remanescentes no estado do Espírito Santo.