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Portos e Sertões: a província do Espírito Santo e a emancipação da América Portuguesa (1815-1825), por Rodrigo da Silva Goularte
Tese de Doutorado
Resumo: Esta investigação concentra-se na década 1815-1825 para analisar a adesão da província do Espírito Santo à autoridade de D. Pedro Imperador do Brasil. A hipótese aqui levantada é a de que as redes mercantis em que o Espírito Santo se envolvia nas primeiras décadas do oitocentos foram fundamentais a essa adesão. Essa decisão, a seu turno, foi tomada por homens com interesses particulares que se aproximavam por meio de laços sociais em atividades econômicas e políticas. Buscou-se, portanto, descobrir como essas redes mercantis influíram nas decisões políticas desses agentes no início da década de 1820. Essas redes tinham como principais destinos os portos intraprovinciais e o Rio de Janeiro, o último a praça extraprovincial mais visitada por embarcações oriundas do Espírito Santo. Essas redes também eram movimentadas por classe local de negociantes, por meio das fianças às viagens oriundas do Espírito Santo. Esses negociantes detinham posses consideráveis e eram inseridos na vida pública provincial, ocupando cargos militares, burocráticos e religiosos, o que lhes dava projeção na vida social regional. O interesse concreto desses negociantes era manter e expandir as redes de comércio em que se envolviam. Assim, este estudo se desenrolou a partir da observação das flutuações dos contatos mercantis náuticos do Espírito Santo, no interstício 1815-1825, comparando-os com os eventos políticos dos anos de 1820 a 1823, período delimitado pela Revolução do Porto que estabeleceu as Cortes lisboetas e o ano seguinte à emancipação formal da América Portuguesa, que teve peculiaridades naquela província.
Palavras-chave: Redes mercantis. Laços sociais. Autoridades provinciais. Independência do Brasil