Referência

Capitania do Spirito Santo – [Escala ca 1:240 000]. 2 legoas = [24cm]. – [Ca 1631]. – 1 mapa em 1 bifólio : ms., color., papel ; 44,5x67,5cm. In: Estado do Brasil coligido das mais sertas noticias q[ue] pode aivntar dõ Ieronimo de Ataide. Por Ioão Teixeira Albernas, cosmographo de Sya Ma[gest]ade. Anno: 1631. – 1631. – Cart. 15. - João Teixeira Albernaz, o Velho. - Pert.: Ministério das Relações Exteriores, Rio de Janeiro. Disponível em: . Acesso em: .

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Este mapa encontra-se no Estado do Brasil coligido das mais sertas noticias q[ue] pode aivntar dõ Ieronimo de Ataide. Por Ioão Teixeira Albernas, cosmographo de Sya Ma[gest]ade. Anno: 1631., cuja autoria é de João Teixeira Albernaz. Ele é acompanhado de mais dois mapas do Espírito Santo. A obra está na mapoteca do Ministério das Relações Exteriores, no Rio de Janeiro.

Em 1631, os padrões de cores também são diferentes em relação às obras anteriores. Albernaz aposta em bordas esverdeadas em seus primeiros mapas: no mapa de 1616 as margens dos rios são cercadas de árvores, que tem um estilo próprio: um tronco alto e galhos e folhas em um formato circular; em 1626 boa parte da terra é esverdeada e as árvores já se espalham pelo continente em pequenos aglomerados; em 1627, as coisas são diferentes, pois as árvores já são em menor número, e o terreno assume uma cor marrom com detalhes verdes apenas. A obra de 1631 tem ainda outro estilo. Terra marrom, rios mais espalhados e intrincados no continente, as árvores são em menor número do que antes.

O último mapa é dos arredores da ilha em que está a Vila de Vitória. É o mesmo espaço sobre o qual se dedicaram os mapas do capítulo anterior.

A representação do Espírito Santo no atlas marítimo de 1630 é muito semelhante àquela do Estado do Brasil de 1631, e as duas provavelmente foram feitas utilizando a mesma base. O formato e os topônimos continuam (além de alguns novos), as posições das ilhas são melhor definidas, de certa maneira repetidas. Agora há mais espaço para uma rosa dos ventos, e também para uma escala de léguas. A vegetação aqui está presente de forma figurativa. Os morros, apesar das formas genéricas, indicam aproximadamente o relevo no litoral do continente, mas o mapa ignora completamente o maciço central da ilha de Vitória.

Maria Borges escreveu sobre o mapa, dizendo que ele “oferece uma visão, a partir do litoral”, primeiramente do continente: “das terras a sudoeste ocupadas pela Villa Velha, da igreja de Nossa Senhora da Penha, na extremidade leste da enseada, do Forte de São Marcos, bem como de algumas povoações mais para o interior” [1]. Já na ilha, o mapa mostra o Forte de São Miguel e a vila de Vitória.

Também escreveu sobre ele o capixaba Mário Aristides Freire, que chama atenção para o “Pão de Açúcar”, chamado Penedo, e os engenhos e trapiche, além das vilas. Esta é a primeira vez que surgem os três engenhos, com os nomes “de Azeredo”, “de Francisco de Aguiar”, e “de Leonardo Froes”, além do trapiche – um armazém e moinho de açúcar de tração animal.

A família Azeredo é conhecida: Marcos de Azeredo encontrou as esmeraldas no interior da capitania no início do século XVII; seu irmão, Miguel, foi Capitão no Espírito Santo, assessorando sua cunhada Luiza Grimaldi, que assumiu a donataria após a morte de Vasco Fernandes Coutinho Filho. Já Francisco de Aguiar Coutinho foi donatário da capitania entre 1605 e 1627, ficando algum tempo fora após uma denúncia de Leonardo Froes afirmando que ele havia permitido uma embarcação inglesa no porto de Vitória[2].

Engenhos e trapiche no mapa de 1631.

Como afirma Frédéric Mauro, “o engenho de açúcar marcou profundamente a civilização do Brasil colonial”[3] e sua presença nos mapas de 1631 não é algo que aconteceu apenas no caso da Capitania do Espírito Santo. Outros mapas do Estado do Brasil fazem o mesmo. Isso chamou a atenção de pesquisadores como Jaime Cortesão:

Com o atlas de 1631 a cartografia do açúcar atinge o seu caráter específico. Ou pela compreensão própria da indústria açucareira, ou, mais provavelmente, industriado por D. Jerónimo de Ataíde, ele dá maior importância à representação dos engenhos. Não só por vezes aparecem nomeados como engenhos, mas são figurados também, ainda que sumariamente, por um edifício ou série de edifícios ladeados por uma grande roda, visível por metade. Assim os engenhos de açúcar adquirem seu símbolo cartográfico. E como se estendem ao longo de todo o atlas por muitas cartas, assinalam, em verdade, uma cartografia açucareira[4].

Os topônimos presentes no mapa são:

  1. de leonardo froes
  2. de Francisco daguiar
  3. Trepiche
  4. Paõ da sucar
  5. forte de São Marcos
  6. Do Azeredo
  7. Vila uelha
  8. Nossa Senhora da pena
  9. ponta da Barra ou Morro de Joaõ moreno
  10. Villa da vitória
  11. Forte de São Miguel
  12. Abrolho
  13. rio de moroype
  14. Ponta do tubaraõ

Nesta obra, este mapa é acompanhado de mais dois mapas do Espírito Santo, como pode ser visto abaixo. Clique para acessar informações de cada um:

 

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