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12/09/1650: Carta para os officiaes da Camara do Espirito Santo
Pela satisfação que tenho dos serviços, e merecimento do capitão Manuel da Rocha de Almeida, me pareceu envial-o por capitão-mor dessa Capitania: espero de suas obrigações, e procedimento, que dê a VMs. grande motivo, não só de estimarem sua pessoa, e governo, mas de me agradecerem a eleição que della fiz, para lhe encarregar a segurança dessa praça e conservação de seus moradores, a quem desejo fazer em tudo favor e ver muitas felicidades.
Viram-se os papeis que se remetteram contra o capitão Manuel de Almeida do Canto: e não foram as culpas de qualidade, que não seja bastante castigo para ellas o tempo que ha, que está preso nesta cidade, suspenso de sua companhia e com maiores despesas, que as que pode supprir um soldado sem fazenda. Nesta consideração o absolveu a justiça e eu o mando restituir a seu cargo.
Delle confio que se haja, daqui em diante, de maneira que se me não repitam queixas suas: e quando reincida (o que não espero) a tudo mandarei dar remédio. O que importa, é que assim com o capitão-mor, como com elle . . . .jam VMs. e unam de modo que se logre com acerto tudo o que nessa Capitania for conveniência do serviço Real e quietação de um povo a quem Sua Magestade (Deus o guarde) estima tanto: porque em se conformarem consiste seu maior augmento, e defensa; e mais necessariamente, quando as occasiões do Inimigo são hoje tão contingentes em qualquer praça do Estado: E não pode nessa haver maior perigo, que a divisão dos sujeitos a cujo cargo está o conserval-a: Mas do zelo de VMs. me seguro toda a demonstração, e cuidado com que devem acudir a esta sua mais principal, e mais publica obrigação. Guarde Deus a VMs. Bahia, e Setembro 12 de 1650. Conde de Castelmelhor.