Referência
Créditos
Encontrou um erro?
11/03/1667: Registo da patente por que Sua Majestade proveu no posto de Capitão-Mor do Espirito Santo a Antonio Mendes de Figueiredo por três anos
D. Affonso por graça de Deus Rei de Portugal etc. Faço saber aos que esta minha carta patente vissem que por Antonio Gonçalves da Camara Coutinho Donatário da Capitania do Espirito Santo me haver proposto para Capitão dela na forma das suas doações a Antonio Mendes de Figueiredo. Tendo eu respeito a seus serviços feitos a esta Coroa; desde o ano de 1647 ate o presente embarcando-se para o Rio de Janeiro com Salvador Corrêa d’Eça, (sic) e daí para Angola em sua companhia onde continuou o serviço até Novembro de 1658 servindo de soldado, Sargento, Alferes, e Capitão, achando-se na restauração daquele Reino, e em tudo o mais que ofereceu com inimigos naturais particularmente para guerras digo nas guerras de Quisama, no castigo que se deu a Joga Caboulo, acompanhando também ao Capitão-mor Vicente Pegado quando foi fazer guerra aos inimigos da mesma Quisama, brigando na jornada com alguns jagas poderosos que foram desbaratados com muita perda de mortos, e cativos, indo de socorro a varias partes, e ao Rio Coanza ajudando a passar um terço de guerra preto que ia para o Arraial assistindo nos presídios de algumas fortalezas daquele Reino, e sobre ela Rainha Ginga, embarcando-se também em duas Armadas que saíram a correr uma nau e um patacho de Holandeses, ultimamente servir mais de quatro anos de Sargento-Mor das Ilhas de Cabo Verde procedendo sempre com satisfação, e por esperar dele que com a mesma me servirá daqui em diante em tudo o de que for encarregado conforme a confiança que faço de sua pessoa. Hei por, bem e me praz de aprovar e nomear como pela presente aprovo e nomeio por Capitão da dita Capitania do Espirito Santo ao dito Antonio Mendes de Figueiredo para que a sirva por tempo de três anos assim, e da maneira que o fizeram seus antecessores, e que haja com ela o ordenado que lhe tocar assim como eles houveram, e gozará de todas as honras, privilégios, isenções, preeminências e liberdades e franquezas que em razão do dito cargo lhe tocarem. Pelo que mando ao meu Governador e Capitão geral do Estado do Brasil lhe dê a posse da dita Capitania, e lhe deixe servir, e exercitar pelo dito tempo de três anos, e o mais enquanto lhe não mandar sucessor, e aos Capitães oficiais e soldados dela ordeno também que em tudo lhe obedeçam, e cumpram suas ordens de palavra, e por escrito como devem e são obrigados sem duvida alguma, e ele jurará em minha Chancelaria na forma costumada que cumprirá inteiramente com as obrigações do dito cargo, de que se fará assento nas costas desta carta que por firmeza de tudo lhe mandei passar por mim assinada, e selada com o selo grande de minhas armas, e antes que o dito Antonio Mendes de Figueiredo entre na dita Capitania me fará por ela preito, e homenagem nas mãos do dito meu Governador do Brasil segundo uso e costume deste Reino de que apresentará certidão do Secretario daquele Estado, e pagou de novo direito Rs. 10 que se carregaram ao Tesoureiro Aleixo Ferreira a folhas 51, e deu fiança a outra tanta quantia. Dada na Cidade de Lisboa a 11 de Março. Pascoal de Azevedo a fez Ano do Nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo de 1667. O Secretário Manuel Barreto de Sampaio a fiz escrever.
El-Rei. O Conde d’Arcos.
Por resolução de Sua Majestade de 3 de Março de 667 em Consulta do Conselho Ultramarino a fls. 226. Manuel Barreto de Sampaio. Pagou Rs. 6$ e aos oficiais Rs. 638. Lisboa 24 de Março de 1667. D. Gaspar Maldonado de Espolleta Vedor da Chancelaria. Despacho do Governador. Cumpra-se como Sua Majestade manda, e registe-se nos Livros da Secretaria, e nos mais a que tocar. Bahia 26 de Outubro de 1667. Alexandre de Souza Freire por sua rubrica ordinária. Despacho do Provedor-mor da Fazenda. Registe-se. 29 de Outubro de 1667. Ulhôa. No mesmo dia se registou, e se entregou ao mesmo Antonio Mendes de Figueiredo.
Gonçalo Pinto de Freitas