Este é um dos registros cartográficos mais significativos do Espírito Santo no século XIX. Elaborada em 1853 pelo engenheiro João Pedro de Gusmão e Nascimento Moris, a carta apresenta um retrato minucioso da geografia da região que abrange o rio e a barra do Espírito Santo — área central para a compreensão da formação urbana e territorial da então capital, Vitória, e de seu entorno imediato.

Sua produção insere-se em um contexto de amplo esforço de mapeamento do território brasileiro durante o século XIX, quando o Império buscava maior precisão nas descrições geográficas para fins militares, comerciais e administrativos. Assim, o documento se destaca por seu alto grau de detalhamento, evidenciando vilas, fortalezas, portos e ilhas que compunham a paisagem da região desde a foz do rio até além da cidade de Vitória.

Essa representação não se limita a aspectos naturais: inclui também elementos estratégicos, urbanos e administrativos, revelando o interesse do período imperial em compreender e controlar os espaços costeiros e fluviais. 

Por sua riqueza de detalhes e pela precisão técnica com que foi elaborada, esta carta constitui uma fonte indispensável para estudos históricos e geográficos do Espírito Santo, permitindo compreender não apenas a configuração territorial do estado naquele momento, mas também as dinâmicas de ocupação, defesa e desenvolvimento urbano que marcaram a província em meados do Oitocentos.