Tão fundas raízes tinha deitado em todas as almas o hábito de se estimarem os tesouros que a terra dá de si segundo a forma e substância assumidas por eles nas Índias de Castela, que dificilmente se veria nos do Brasil outra coisa mais do que um prolongamento e dependência desses. O que saíam a buscar em nossos sertões tantas expedições custosamente organizadas, não era tanto o ouro como a prata. E nem eram diamantes, senão esmeraldas. Em outras palavras: o que no Brasil se queria encontrar era o Peru, não era o Brasil.

Sérgio Buarque de Holanda

 
 

spiritosancto-fabiopaivareis-a-serra-das-esmeraldasAnalisar a origem do mito da Serra das Esmeraldas, na Capitania do Espírito Santo, foi o objetivo de Fabio Paiva Reis em sua dissertação de mestrado. Acompanhar o desenvolvimento do mito a partir das cartas e relatos dos cronistas da colônia até sua incorporação na cartografia moderna portuguesa e europeia, e refletir sobre o seu papel nas disputas políticas, administrativas e territoriais da América portuguesa do século XVII. O autor acredita que é possível compreender o processo de valorização e, em seguida, desvalorização do Espírito Santo no período colonial – entre as primeiras notícias das riquezas no interior, na década de 1570, e a criação da Capitania de São Paulo e Minas do Ouro, em 1709. Para compreender esse processo, Fabio Reis analisa também a construção da cartografia seiscentista, a influência que ela recebe dos relatórios das entradas ao sertão, e como ela influenciou entradas subsequentes. Por fim, defende que a crença no mito da Serra das Esmeraldas intensificou a interiorização da colônia, colocou o Espírito Santo entre as regiões mais cobiçadas da América portuguesa e transformou a capitania em protagonista das disputas entre Portugal e Espanha, nas fronteiras coloniais, e entre as próprias capitanias hereditária.

 

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