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Este mapa encontra-se no Reys-boek van het rijcke Brasilien. rio de la Plata ende Magallanes, Dae in te sien is: De ghelegentheydt van hare Landen ende Steden haren handel ende wandel met de Vruchten ende Cruchtbaerheyt der selver: Alles met copere platen uytghebeelt. Als oock De leste reyse van den Heer van Doort, met het veroveren van de Baeye De todos los Santos, t’samen ghestelt door N. G. (ou, “Livro de viagem ao reino Brasileiro…”), do cartógrafo neerlandês Jan Canin. Ele pertence à John Carter Brown Library, nos Estados Unidos.
Este livro teria sido impresso por Ian Canin a pedido de Nicolas van Geelkerchen, cujo nome aparece abreviado na obra como “N.V.G”[1]. Geelkerchen (1585-1656) era um cartógrafo e gravador holandês especializado em mapas. Antes dessa etapa de sua carreira, foi também profissional de livros, escrevendo, ilustrando, traduzindo e publicando textos, notícias e mapas sobre as novidades do Novo Mundo[2]. Protestante, lamentou em suas obras a derrota do protestantismo na Alemanha durante a Guerra dos Trinta Anos (1618-1648), mas viu nas vitórias holandesas na América motivo para comemorar e defender a predestinação protestante para o sucesso.
Daí teria surgido o Reys-Boeck, livro publicado em 1624 em que o autor não só contava as notícias sobre a conquista de Salvador, na Bahia, naquele mesmo ano, como também apresentava uma descrição da terra conquistada nos mapas que acompanharam a obra. O website Archive of Early American Images, da Biblioteca John Carter Brown (pertencente à Brown University nos Estados Unidos), apresenta a seguinte descrição:
Mapa da costa leste do Brasil com o norte para a direita. Elementos cartográficos incluem escala, rosa dos ventos, graus de latitude e longitude, nomes de rios e assentamentos. Inclui peixes e barcos. Inclui inserções de vistas aéreas [vistas de pássaro] do Espiritu Santo e mapa da Baya de todos los Santos no atual estado da Bahia. Cartucho inclui pães de açúcar e homem nativo Americano segurando remo e vestindo cocar e saia de penas. Inclui também soldados e grupo de mulas próximo a Pernambuco[3].
A imagem difere do que encontramos nos mapas portugueses do Espírito Santo, entre os quais não há perspectivas, ou vistas de cidades. Nestor Goulart Reis afirma que “a estampa sobre Vitória obedece aos mesmos padrões [da estampa de São Vicente], com um esquema geográfico muito sumário”[4]. Esses padrões seriam: desenho esquemático, com alguns equívocos, posições das vilas e fortes pouco claras, com linhas de arquitetura gótica, com alguns elementos representados na margem errada do canal. O autor ainda faz algumas observações:
No desenho aparecem duas torres de igrejas. A mais afastada poderia ser a do Colégio dos jesuítas [Colégio de Santiago] e a mais próxima a da Matriz [de Nossa Senhora da Vitória]. Ao fundo, sobre uma colina, o que seria então a pequena igreja dos frades franciscanos [Convento de São Francisco]. As casas são apresentadas como se fizessem frente para a praia, à margem do canal. De fato, situavam-se então na borda da Cidade Alta, no mesmo nível das demais. Nesse caso, o que parece ser a frente das casas, voltadas para o canal, seria de fato seu fundo, na parte alta[5].
Os topônimos presentes no mapa são:
- Vila velha
- Espiritu Santo
- Fortaleza
- rio de Espiritu Santo
Este mapa é um pequeno quadro de um mapa do Brasil, que pode ser visto abaixo: