Referência

Roteiro do Tesouro na Ilha de Trindade. 1939. Disponível em: . Acesso em: .

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Créditos

Marcos Juliano Ofenbock; Jornal A Noite

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1939: Roteiro do Tesouro na Ilha de Trindade

Esta é uma tradução do roteiro do tesouro da Ilha de Trindade feito pelo pirata Zulmiro enquanto morava em Curitiba, no Paraná. O tesouro teria sido enterrado ali pelos piratas Zulmiro, Zarolho e José Sanches no século 19. Este roteiro foi publicado no jornal A Noite, no Rio de Janeiro, em 1939.

O nome Tesouro da Trindade é atribuído ao tesouro que teria sido escondido por piratas na distante Ilha da Trindade, pertencente ao Arquipélago de Trindade e Martim Vaz, um grupo de ilhas situado em meio ao Oceano Atlântico a cerca de 1.200 quilômetros da costa do Brasil, tratando-se da parte mais oriental do território brasileiro. Seu conteúdo, uma fortuna em ouro e pedras preciosas, seria parte das riquezas que teriam sido retiradas de Lima, capital do Peru, em 1821, durante a guerra da independência.

O que diz o roteiro:

O tesouro está escondido numa ilha chamada Trindade a 647 milhas da costa do Brasil, em 2 lugares distintos: no primeiro existe ouro em pó, em barras, em moedas de diversos países, bem como pedras preciosas de grande valor. O valor deste depósito pode ser calculado em 5 milhões de libras. O outro depósito, posto que maior, não tem tanto valor e consta de obras artísticas em ouro e prata, além de 63 barras de prata maciça, com as dimensões de 6x2x4 polegadas, fruto de muitos anos de pirataria. O depósito mais rico acha-se perto da cascata. Ao lado esquerdo desta, distante 3 pés da grande pedra, a segunda pedra fica num ângulo de 32 ao lado do sudoeste, existe uma cavidade fechada, porém, que poderá ser facilmente aberta, dentro da qual se encontram 19 volumes de grande valor e diferentes tamanhos. Outro depósito se acha na baía sul, no extremo leste da ilha ao lado norte do pão de açúcar, debaixo da pedra central das 5 aí existentes. A cascata está situada ao lado sul da ilha, a cerca de 2,5 da extremidade Oeste a curta distância da praia. É fácil encontrá-la porquanto fica abaixo de uma depressão na cadeia de montanhas que formam o fundo da paisagem, tendo em frente o melhor local para fundear ao lado sul, apesar de exposto a todos os ventos que daí sopram. Na baía do extremo Sul, uma escuna encontra seguro ancoradouro, mesmo perto da praia, em qualquer tempo, podendo com pouco trabalho e alguma perícia, encalhar as suas embarcações. Existe aí um canal perto do pão de açúcar, que se distingue de uma culminância rochosa que passa entre esta e 2 ilhas de pedras do lado do pão de açúcar. Há 5 grandes pedras assinalando o tesouro que estão acima da entrada da gruta, que fica a 5 graus e 30 minutos a noroeste do pão de açúcar. Ao avistar-se a ilha do Sul uma depressão na cadeia de montanhas facilmente chama a atenção e, na embocadura do córrego, pode-se encalhar uma embarcação com segurança. Os 19 volumes constam de: 11 barris cheios de moedas, 2 grandes caixas abertas contendo 81 pequenas barras de ouro, 1 armação de relógio cheia de jóias, 12 saquinhos para chumbo amarrados e lacrados contendo pedras preciosas, 1 caixa de chá cheia de jóias desmontadas e 2 caixas de folhas cheias de ouro em pó. Quanto ao outro depósito o esconderijo está situado dentro da grota, e consta de 3 grandes quartos cortados no terreno duro e atravessando a grota; ao rumo de 5 graus e 30 minutos a noroeste e na distância de 300 jardas encontram-se as 5 pedras, das quais a central repousa sobre as outras 4 e formam um quarto de 3 lados. A entrada está do lado oeste e todos os volumes de tamanho avantajado, se acham escondidos nesse paiol, empilhados uns sobre os outros dentro de barricas, barris, caixas e caixões, que ocupam quase todo o espaço do quarto. Seu valor artístico é incalculável, sendo seu valor intrínseco de cerca de 3.000.000 de libras. Numa lata redonda existem documentos de depósitos que somente têm valor para os seus legítimos donos e que presentemente aproveitam ao Banco da Inglaterra. O tesouro não será encontrado sem esta descrição.

 

1 Comment

  1. […] Roteiro do mapa do tesouro da Ilha de Trindade, traduzido para o português e publicado em 1939. […]

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