Referência
Relatório com que o Exm. Sr. Dr. Antonio Alves de Souza Carvalho, ex-Presidente da Província do Espírito Santo, passou a administração da mesma ao Exmo. Sr. Dr. João da Costa Lima e Castro, 1º Vice-Presidente, no dia 11 de março de 1861. Victoria: Typ. Capitaniense de Pedro Antonio d'Azeredo, . Disponível em: . Acesso em: .
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Arquivo Público do Estado do Espírito Santo
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Relatório com que o Exm. Sr. Dr. Antonio Alves de Souza Carvalho, ex-Presidente da Província do Espírito Santo, passou a administração da mesma ao Exmo. Sr. Dr. João da Costa Lima e Castro, 1º Vice-Presidente, no dia 11 de março de 1861.
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1861 03 11- Antonio Alves de Souza Carvalho - Presidente da Provincia do ES
GOVERNO DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO
SECRETARIA DE ESTADO DO PLANEJAMENTO, ORÇAMENTO E GESTÃO ARQUIVO PÚBLICO DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO
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BIBLIOTECA DIGITAL
RELATORIO
COM QUE
O Exm. Sr.
Ilfti it Souza Carvalho
EX-PRESIDENTE DA
PROVÍNCIA DO ESPÍRITO SANTO
Passou a administração da mesma ao Exm. Sr. Dr.
JOÃO DA COSTA LIMA E CASTRO
PRIMEIRO VICE-PRESIDENTE
no dia 11 de Março de 1861
VICTORIA
TYP. CAPITANIENSE DE P. A. D’AZEREDO
1861.
Vitória, agosto de 2003
Arquivo Público do Estado do Espírito Santo - www.ape.es.gov.br - ape@es.gov.br
Rua Pedro Palácios, 76 - Cidade Alta - Cep : 29 015 160 - Tel 27-3223-2952 - Espírito Santo - Brasil
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}endo recebido ha poucos dias ordem de entregar a V. Ex a administração desta provincia, disponho de muito'breve espaço para faser a
exposição prescripta pelo aviso circular de 11 de março de 1848. A intelligencia de V. Ex. e os conhecimentos que tem.da provincia suppri- rão as hábeis faltas/
Tem reinado nestaprovincia perfeita tranqinllidadé', ainda durante a quadra das eleições porque acabamos de passar. Apenas houve na eleição primaria na villa deBenevente um conílicto pouco importante de que não resultou ferimento algum. Por esta occasião cabe-me congratular-me com a provincia pelo exemplo muito notável que dêo de ordem e moraliArCversas eleições, que forãoexemptas de violências; e duplicatas, iuíeli-n- < v tão communs em outras partes do Império; sendo-me também grato recordar o modo porque forão apreciados por ambos os partidos os exforçes com que concorreu a administração para esse feliz resultado.
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Tranquilidade pubt.ica.
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li BF.LAT0RI0.
Segurança individual e de propriedade.
Segundo os dados, que existem na secretaria de policia, furão commet- íidos na provincia durante o armo passado os seguintes crimes:
Homicídios
6
Tentativas de homicídio
2
Roubo
1
Ferimentos graves
-1
Dites leves
9
Qfíensa* phisicas
23
Uso de armas prohibidas
2
Ameaças
5
Dam no
Injurias verbaes
1
■O, facto mais atroz que temos a lamentar foi o assassinato do infeliz Avelino Rodrigues dos Santos França Leite, commellido pelos selvagçns— Panças—do Rio Doce.
Administração da justiça.
Continha a provincia nó «nno findo trez comarcas, comprehe.dendo oiío; termos, sendo ellas a da capital, Itapemirim e São., Matheus. > .
Ainda não me forão remeltidos todos, os mappas das'sessões do jury que em cada uma das.ditas comarcas funccionou ; mas consta que na primeira dellas houve írez sessões no termo da capital, duas no termo da Serra , e duas hó de Santa Cruz; na segunda, houve uma sessão no termo de ltnpemi. rim, e duas no de Benevente, e na terceira funccionou o jury nas duas competentes sessões do termo da cidade de São Matheus, e n’uma do termo da Barra do mesmo nome.
Âlem d’aque!las comarcas foi pela lei provincial n. 2.1 de 8 de julho de. 1860 creada a comarca de Santa Cruz, coraprehendendo-os termos de Santa Cruz, Nova Almeida e Linhares. 1
O jury na provincia julgou durante o anno findo J>6 processos, contendo 63 reos em 61 delictos, dos quaes forão absolvidos 47, condemnodos a rtforte 1, outro a galés, açoutes 1, havendo apenas Gappelíoções. Versou-o julgamento sobre os seguintes crimes :
Homicídios 17
Roubos 2
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BELATORIO'
Ferimentos eoffcnsas phisicas
25
Stellionatos
2
Estupros
1
Fuga de presos
1
Damnos
5
Furtos
3
Ameaças
3
Armas defesas
1
Contraja liberdade individual
1
Os crimes julgados forão commettidos era 1844-
-1847,-1850,
—185T,—1858—1859—e 1860.
Segundo os dados da secretaria de policia forão/julgados pelas autoridades policiaes durante o armo findo 12 processos, comprehendendo. 12 reos. por crimes de calumnia e injuria, fe de infracção de posturas, e sendo co.n- demnados a prisão simples 1, prisão simples e multa 2, á multa 6, e absolvidos 2, havendo 6 appellações.
Dos crimes especiaes da competência, dos juizes de direito forão apenas julgados 2! processos comprehendendo 3 réos, sendo um por crime de peculato, 1 por falta de#exaçção no cumprimento de deveres, e i por prevaricação; sahindo 2 absolvidos e 1 co.ndemnado a-suspensão do emprego.
A excepção da nova Comarca de Santa Cruz, de que acima fallei, todos as outras se achão preenchidas, achando1-se porem actualmente ausentes os respectivos juizes de .direito por legítimos impedimentos.
Estão também preenchidos os lugares de juizes municipaes, a excepção do de ftapemirim, mas o dos termos de São Matheus e Yilia da Barra acha-se suspenso, e o- do termo da Serra passou a occupar interinamente a vara de direito, da comarca da capital.
Sornente a promotoria publica da comarca da capital acha-se presentemente occupada por um bacharel formado, pelos motivos queV. Ex. não
ignora.
Foiça publica.
Por dí-ereto n. 21,662 de G de outubro de i 850 forão. suppr-imidas as companhias fixas e de pedestres, queexistião na provincia, e creado em lugar destas o novo corpo de guarnição, cuja organ.isaeão segundo o-respectivo plano teve começo a AO de novembro do anno passado.
Consta o estado effecíivo deste corpo, inclusive o estado maior e menor, addidos e.aggregados, de 170 praças, faltando somente i para o estado completo»
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6 RELAT0RIO,
Com este pessoal faz-se o serviço militar da guarnição, o dos destacamentos em diversos pontos da provincia, e grande parte dos serviços de policia por causa da insuffieiencia da força policial.
O seu aquartelamento he péssimo quer pela impropriedadè para os. fins a que se destina, quer pelo acanhamentoe estado de ruina do edifício.
A mudança da força de linha para outro aquartelamento é objecto de instante necessidade, e bem assim a remoção da enfermaria militar para cu- tra localidade de melhores condições sanitarias.
À cerca destas necessidades forão dirigidas representações ao governo imperial, que obteve do provincial da ordem Carmelitana a sessão do seo convento nesta provincia para o aquartelamento da forca de linha/tendo já sido presentes ao ministério da guerra a planta e orçamento dos trabalhos para este fim necessários.
 ofiicialidade da guarnição tem cumprido com zelò e fidelidade os seos deveres.
O capitão Joaquim Jeronimo Barrão exerceo com muito zeloe muita ín- telligencia as suas fúncções, tanto na qualidade de assistente do ajudante general do exercito,como ultimamente na qualidade de ajudante de ordens.
A companhia de policia consta actualmente em sua totalidade de trinta e ires praças , faltando para o estado completo, 3 píaças. e um corneta.
Deste numero aehão-se promptas na capital 27 praças,inclusive o com- mandante e inferiores, destacadas 3 e doentes no hospital outras 3.
Esta companhia acha-se regularmente disciplinada, e satisfacteriamente desempenha os seos deveres sob a direcção do seu digno commandante.
A guarda nacional tem prestado bons serviços nos difíei entes pontos da provincia.
Acha-se actualmente vago o posto de tenente coronel commandante do 6o batalhão quecomprehende os municípios deGuarapary e Benevente; e é para desejar que cesse a longainterinidade em que tem estado o commando superior do norte, cujo coronel requereo reforma ao governo imperial.
Saüde publica.
Tem sido eto geral saíisfactorioo estado sanitario da provincia, desenvolvendo-se apenas na villa de Benevente febres de máo caracter que cei- íarão em pouco tempo vinte e seis pessoas dentre setenta que forão atacadas. Forão dadas porem a tempo as providencias precisas, de modo que a epidemia declinou e a população ficou desaterrada. .
Na capital alguns casos de febres apparecerão, qüe os médicos classificarão de febre amarella, porem sem caracter epidemico.
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kelatorio.
Instrucção publica.
O ensíno primário è ministrado em 21 aulas de Ia classe, e 27 de 2a para o sexo masculino, e em 3 aulas para o feminino nesta capital, na cidade de S< Matheus, e villa de Itapemirim.
Em virtude da lei provincial n. 14 de 14 de julho de 1859 e resolução da presidência de § de setembro do mesmo armo, foi encarregado de reger a 2acadeira do ensino primário desta capital o Dr. JozéOrtiz, o qual tem intelligencia superior ás funcções, que exerce com zelo filho de uma vocação especial. São obrigados, na forma das disposições citadas, a frequentar essa cadeira as pessoas que se destinão ao professorado.
O ensino secundário é ministrado no tyceo, no qual se ensina latim,frau- cez, geographia e historia, philosophia raccional e moral, e musica;e em duas aulas de latim na villa da Serra e cidade de São Matheus. Acha-se vaga a,'cadeira.de philosophia do Lycéo.
O numero dos alumnos que frequentarão as escolas de instrucção primaria no enno findo chegou a 929, e das aluqinas a 20, ea 42 o dos alumnos do ensino secundário.
E’ pouco lisongeiro o estado de instrucção nesta provincia, sendo a principal causa a falta de pessoal hcbilitado para o professorado; o que não se conseguirá emquanto essa carreira não fôr cercada de vantagens, para que são diminutos os recursos'da provincia.
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ItELATeiilO
Terkas Publicasí
Calcula-se em mais* de tresentas legoas quadradas a superfície das terras devoluías d’esíá pro vmcia. Os poucos dados que a este respeito pude colligir ponstão.do' seguinte mappa.
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Falta conhecer as terras devolu- tas das freguezias deCarapina.Vian- na, Áldeamentò, que podem dar termo medio perto dé' 150 léguas quadradas. .
Victoria.
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Santa Cruz
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Barra.
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Guara’parim.
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Tem as mais 18 éguas de'E. a 0.
3 as terras devo- ulas ; a largura de S- a N. não é conhecida.
Ignora-se no todo.
Beneveote.
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RELATORIO. 9
E’nota, vel que tão proximo àum centro commercial agrícola e político, como o Rio de Janeiro, exista uma provincia marítima tão despovoada e inculta como a do Espirito Santo, sendo aliás dotada de vários portos de mar e vias fluviaes, entre as quaes se conta o Rio Doce.
Esta provincia tem 69 legoas de costa marítima e 18 1/â termo medio,em jinha recta, desde o occeano até seos limites com Minas Geraes. Dahi se vêque todos os seos terrenos ficão situados em proximidade do mar e por tanto emfacil communicação com os mercados do Brasil e do mundo com- mercial.—Não obstante, em geral, eílà apenas apresenta povoada uma estreita ourelá de terra estendida ao longo do mar. No interior somente ás íregueziasdo Caxoeiro, do Alegre e doAldeaménto Affortsino.nas visinhari- Çás do Rio de Janeiro e Minas, começãoaser povoadas e cultivadas por fasendeiros abastados que íeem emigrado dessas províncias.
Dos terrenos já aproveitados as partes que passão como mais ferteis são as extremidades—Sul e Norte da provincia, isto é o município de Itapemirinr a que pertencem as duas referidas parochias do Cacboeifo e Alegre, e a comarca de São Matheus.
Os münicípios da Victoria, Espirito Santo, e Serra, que se compoem das freguezias da Victoria, Carapina, Queimado, Cariacica, Vianna, AÍ* deamento Affonsino e Espirito Santo, sendo os mais povoados, são talvez os menos ferteis, comexcepção do Aldeaménto Áffónsino, que impropriamente pertence ao município da capital. Em grande parte deste, os lavradores são perseguidos pelas formigas, que constituem uma verdadeira praga eos obri- gão a procurar novos terrenos para as suas plantações.
Mas entre o município da Victoria e os de Itapemirirrí e São Matheus existem o fertilissimo vale do Rio Doce, os municípios de Nova Mlmeida, Santa Cruz, Gaarapary e Benevcnte, que são dignos de occupar os esforços civilisadores cio governo.
As margens de São Matheus, edo Rio Doce nãodékão de ser algum tanto doentias em certas quadras. Porem em geral os terrenos da provincia, aiem de muito salubres, passão por basí; nte ferteis.
Os trabalhos de' legitimaòão, de posses e revalidação cie sesmarias è ou- jras concessões do governo íeem tido andamento pcuco considerável por falta deagrimensores parafunccionorem com os juizes commissarios.
Âchão-se em boa marcha esses trabalhos no município cie Guaraparf. Quasi nada porem se tem feito a este respeito naz villas cie Nova Álrner' da e da Serra, e no município desta cidade tem sido os mesmos serviços extremamente demorados por mais de um motivo. Acontece que, só podendo, á vista da lei, ser feitos íaes processos dentro dos. prasos marcados A não sendo concluídas durante eíles as medições requisitadas, posseiros negligentes aproveitão-se de cada prorogação de praso para apresentarem os seos requerimentos ; o que parece tornar esse negocio interminável.
Nestas circumstancias entendo conveniente não só activar os trabalhos
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10 BEE.ATOiUQ.
do juiz commissario, de trodo que não sejão interrompidos, como faser que elks se exerção de preferencia sobre os requerimentos primitivos, afirri de poder-se negar com justiça novasprorogações de prazo, ficando embora prejudicados os posseiros remissos.
Alguns engenheiros que exislòm iresta provincia so recusão a exercer as kmcções de agritnensor perante os juizes commissarios, r quando são nomeados para este ullutio cargo, dáse a falta de agrimensores habilitados na forma da lei para coadjuval-òs.
Me parece que neste caso, sendo as medições feitas sob as vistas de um engenheiro, se poderia dispensar algumas habilitações dos que com e-lle servissem na qualidade de agrimensores.
O engenheiro i0 tenente Manoel FelicianoMíuniz Freyre acaba de extremar no Aldeiamento Imperial'Affonsino uma grande extensão de terras devo- lutas.
Pretendia empregar como juiz commissario o engenheiro Leopoldo Augusto Deoeleciano de Mello e Cunha, logo que acabasse os trabalhos a que está procedendo para recíificar as medições dos prazos dos soissos da colo» nia de Santa Leopoldina.
Representei ao governo Imperial a respeito da falta de agrimensores e estava tratando de mandar vir do Mucury ura engenheiro para ser empregado nos processos de legitimação e revalidação de posses e sesmarias, ou na medição de terras .para serem vendidas a particulares.
São numerosos os requerimentos apresentados á presidência pedindo por compra terrenos devclutos, e essas medições não podem deixar de ser lentas estando a cargo unicamente dos engenheiros Marliniere e Mu niz Freyre.
Tem-se procedido á venda dos terrenos devolutos de.conformidade conA o aviso de dejunho de 1859.—Segundo o mappa que me foi apresentado pela repartição especial das terras tem-se vendido nesta provincia24:880,20(y braças quadradas pelo preço total de 2.4:337#700 reis.
Os pedidos de terras no município da capital, onde são em maior núme_ vO.teem por motivo não só o desenvolvimento dos culturas dos lavradores estabelecidos, que querem augmentar suas propriedades cornos terrenos annexos, como o ílagello das formigas de que acima fallei.
Já vâo apparecendo alguns pedidos de terras situadas rias freguezias de Beneventee Aldeiamentu Affonsino, com o fim do estabelecimento de fasen- deiros de café, que vem chegando de jutras províncias.
Às compras requeridas,em numero não pequeno.de terrenos nas proximidades da viila de Santa Cruz e do Rio Doce leem por íimna sua quasi total d a de a procura e córte de jacarandá paia eommercio. Porem o jacarandá
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KEíATüRIO H
falvez uma especie de mina que attrahe os exploradores,os quaes depoisi muitas vezes, íratãode preparar e plantar os terrenos em que forão buscar praductos differentes da lavoura.
À respeito de outros lugares não abundão muito os pedidos de terras, ou pela pouca população, ou por falta de exemplo de medições para taes vendas. _
Creio porem que se for chamada a attenção dos fasendeiros das províncias visinhas p&ra os terrenos do Espirito Santo, se paraellesestabelecer-se facilidade de communicações, muitos poderão para aqui emigrar,e então a vendadas terrasdevolutns terá um grande desenvolvimento e effeito civilizador paraa povoação, cultura e commercio desta provincia.
COLONISAÇÃO
Não cabe nos limites desta exposição discutir a questão da colonisação no nosso paiz.
Cumpre-me porem recordar que tendo sido estabelecida em Yianna pelo governador Rubim com o fira de povoar a.estrada de Minas, uma colotra de portuguezes insulares, esta chegou a grande prosperidade achando-se hoje ricos pela maior parte os antigos colonos eseos descendentes.
A. còlonia de Santa Izabel fundada eorr- o mesmo fim pelo illustrado conselheiro Pedreira serve de exemplo de que também pode prosperar entre nós a colonisação aílemã,
Santa Izabel e Santa Leopoldina são dois núcleos coloniaes fundados no municipio da Victoria que actualmenteo governo mantem nesta provincia.
Não sendo os terrenos deste municipio, como já observei, dos mais ferieis da provincia, também não são os maisfelizes para o estabelecimento de colonias. Todavia era talvez mister começar por ahi a marcha da colonisação,partindo dos lugares mais povoados e da proximidale dos mercados para as ermas e ferieis regiões do sule do norte da provincia.
A situação das colonias Santa Izabel e Santa Leopoldina não está em des- accordo com este pensamento,sendo a primeira o caminho do Aldeiamento Imperial Affonsino, e da fregueziajjdo Cachoeiro, em seguimento para a provincia de Minas, e ficando a segunda á rnargern do Santa Maria, na direcção do Rio Doce,do Guandu e de outros affiuentes na proximidade da estrada que segue paraCuyeté na provincia de Minas.
A população destas colonias consta do seguinte mappa.
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A colonia Santa ízabel acha-se perfeitameníe administrada pelo digno e zelozo director Adalberto Jahn; é dotada de bons caminhos, e das 138 famílias de colonos que contem, apenas oito não teem prosperado, nem pro- mettem prosperar ; sórnente éduvidoso o resultado cie oito,não se sabendo ainda qual será o de 5 que agora começão os seus trabalhos. Convem porem observar que alguns desses colonos que chegarão inteiramente baldos de meios, já hoje possuem para mais de dez contos de reis.
Santa Ízabel data de 1848. E’ para lastimar que a sua população seja ainda tarn diminuta; seria conveniente ajperfeieoar a estrada que acommu-
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JíKLATOHIO. J3
nica com esta cidade, de modo que se torne de rodagem, bem como ligar a dieta colonia com o porto deGuarapary., e com as estradas que se dirigirem á provincia de Minas. Gs engenheiros Jahn e Street teem procedido ás explorações necessárias para este fim, que ainda çontinuão.
Tendo sido á muito distribuidos a colonos os prasos primitivamente destinados ao assento da povoação de Santa Izabel tratei de remediar esse inconveniente, mandando organisar d,ris projectos depqyqação, que se a.chão submettidos á consideração do governo imperial.
Existem actualmente medidos em Santa Izabel pelo capitão de engenheiros Pedro Cláudio Soido 100 prasos, com derrubadas, queimas, caminhos e ranchos, alem dos prasos medidos pelo director da colonia.
Santa Leopoldina é muito mais moderna, e isto concorre para não offere-